Dilma é afastada pelo Senado por 55 votos contra 22; Temer assume
Afastamento pode durar até seis meses; se este placar for repetido na votação final, Dilma perderá o mandato definitivamente
O Senado Federal aceitou, por 55 votos contra 22, a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Após ser notificada da decisão, Dilma será afastada do cargo por até 180 dias e, nesse período, o vice Michel Temer (PMDB) assumirá interinamente a Presidência da República.
A sessão no Senado
durou mais de 20 horas. Dos 81 senadores, 69 discursaram apresentando
seus motivos para acatar ou não o pedido de impeachment. Se o placar for
repetido na votação final, quando são necessários 54 votos a favor do
impeachment, Dilma perderá definitivamente o cargo e ficará inelegível
por oito anos.
A previsão é que a notificação sobre o afastamento chegue ao Palácio
do Planalto por volta das 10h desta quinta-feira 12. Na sequência, Dilma
deve conceder uma entrevista à imprensa. Após a confirmação da decisão
do Senado, Dilma usou seu perfil no Facebook para chamar o afastamento
de "golpe".
Esta é a segunda vez em 24 anos que um presidente da República é afastado pelo Senado. Em 1992, o então presidente Fernando Collor de Mello
renunciou antes do julgamento final na Casa, mas teve os direitos
políticos suspensos por oito anos. Em 2014, 22 anos após a queda, Collor
foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de provas.
A ascensão de Michel Temer à Presidência pode propiciar um ambiente favorável para a chamada bancada BBB (Boi, Bala e Bíblia). Forças altamente relevantes no Congresso mais conservador desde de 1964,
parlamentares evangélicos, ruralistas e ligados à segurança pública
preparam uma coleção de pautas polêmicas para serem aprovadas até 2018,
muitas das quais não tiveram apoio do PT e do governo Dilma.
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