Sem segurança pública não haverá desenvolvimento e cidadania no país.
A afirmação foi do secretário de Segurança de Goiás, Ricardo Brisolla
Balestreri, durante palestra no seminário “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do
Norte”, no auditório da Casa da Indústria. O seminário reuniu autoridades do setor, empresários, integrantes
do Ministério Público, professores universitários e parlamentares, que
acompanharam a discussão sobre o tema.
O seminário teve a participação do presidente da FIERN, Amaro Sales
de Araújo, da reitora da UFRN, Ângela Paiva; do presidente da
Fecomércio, Marcelo Queiroz; do presidente da Fetronor, Eudo
Laranjeiras; do procurador-geral de Justiça, Eudo Rodrigues Leite; dos
senadores Garibaldi Filho e Fátima Bezerra; dos deputados Hermano
Morais, Márcia Maia e Fernando Mineiro; da vereadora Eleika Bezerra; do
superintendente do Banco do Brasil, Ronaldo Oliveira; do presidente da
Cosern, Luiz Antonio Ciarlini; da secretaria de Defesa Social, Sheila
Freitas; e do comandante da Polícia Militar, André Luiz Bezerra.
Balestreri, além de destacar a relação entre a crise da segurança e
os obstáculos ao desenvolvimento, apresentou informações que apontam as
deficiências do Poder Público no combate à criminalidade. Ele afirmou
que há 60 mil homicídios por ano no país e em apenas 3% dos casos são
identificados os responsáveis. E também informou que dos crimes contra o
patrimônio, como furtos e assaltos, somente 0,5% são investigados. “Ou
seja: 97% das pessoas que cometem homicídios não são punidas e, de cada
200 furtos ou roubos, somente um será investigado, podendo ser
solucionado ou não. Esses dados mostram como está a situação do país na
área de Segurança Pública”, disse.
Para o especialista, as dificuldades na Segurança têm relação com os
investimentos reduzidos que são destinados ao setor. Alguns
levantamentos, lembrou, indicam haver recursos expressivos para a área
de defesa social, mas incluem, segundo Balestreri, os gastos com
salários, o que ele considera um equivoco. “Investir em Segurança não é
aumentar salário. Isso é custeio. Tem que se investir em condições de
trabalho e tecnologia para que se tenha ações capazes de frear a
criminalidade. Se temos um prejuízo de R$ 100 bilhões por ano devido à
insegurança, sem falar nas vidas perdidas, será que não vale a pena
investir mais em segurança? Vamos refletir”, disse.
Ele alertou também que a atual concepção das ações de segurança no
país é inadequada, porque se baseiam na ideia de contenção da população
pobre e não em planejamento preventivo e ampliação dos serviços
públicos.
Balestreri ainda afirmou que é equivocado relacionar “escolaridade” com
formação e isso tem implicações para a segurança. Para ele, a formação
pode ajudar na redução da criminalidade, mas a escolaridade não implica
nesta melhoria, se for mera ampliação de acesso ao ensino formal, sem
formação de cidadania para os jovens.
“É um escândalo e nem assim há um mobilização para enfrentar estes problemas”
Coube ao professor e pesquisador José Luiz Rattoon, que foi assessor
especial de Eduardo Campos no governo de Pernambuco, apresentar dados
sobre a violência no país e no Rio Grande do Norte. Ele disse que dos
600 mil homicídios registrados no mundo, 10% são cometidos no Brasil e
0,35% no RN. Ou seja, de 300 mortes violentas, uma é no território
potiguar. “É um escândalo e nem assim há um mobilização para enfrentar
estes problemas, como houve no combate à inflação nos anos 90”,
comentou.
Ratton também criticou a ausência de uma estratégica que adote
iniciativas inovadoras para o enfrentamento da violência. Ele ressaltou
que hoje as iniciativas estão focadas meramente na repressão e, assim,
não são eficazes para ampliar a capacidade do Estado enfrentar a
criminalidade.
O seminário ainda teve palestras do professor de Departamento de
Ciência Social da UFRN, Edmilson Lopes Júnior, que tratou da insegurança
no Rio Grande do Norte; do professor do Instituto Metrópole Digital,
Frederico Araújo da Silva, que abordou as ferramentas de apoio às
atividades de segurança; e da promotora de Justiça Luciana Andrade
D’Assunção, que falou sobre a “transversalidade da política e a
segurança”.
ENTENDA O QUE É " OS MOTORES DO DESENVOLVIMENTO DO RN "
O Projeto “Os Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte” foi
criado para apresentar uma série especial de suplementos e seminários
que pretende liderar um processo de discussão sobre os motores do
desenvolvimento da economia do RN, levando à sociedade informação de
qualidade sobre o presente e o futuro.
O público participante do Programa é formado por empresários,
lideranças políticas e pesquisadores, que costumam lotar o auditório
da FIERN – ou outras localidades onde o evento acontece – para
acompanhar palestras e debates sobre nossa economia.
Os seminários realizados sempre contaram com nomes de referência na
economia nacional e local, além de autoridades nacionais, estaduais e
municipais.
O “Motores do Desenvolvimento” é um projeto realizado em parceria
entre o jornal Tribuna do Norte e Sistema FIERN, desenvolvido em
parceria com a Fecomércio, UFRN, RG Salamanca Investments e com o apoio
do Governo do Estado.
Fonte : ROTA TURISMO RN
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