A lei que obriga o uso do farol baixo em
rodovias e túneis mesmo durante o dia foi consertada pelo Denatran
(Departamento Nacional de Trânsito). O órgão decidiu equiparar LEDs a
faróis baixos e, com isso, motoristas de carros mais atualizados não
serão multados a partir desta sexta-feira (8).
Um ofício circular emitido nesta semana
pelo Denatran determina que as luzes diurnas de LED devem ser
interpretadas como farol baixo pelos agentes federais, estaduais e
municipais de trânsito.
Este tipo de iluminação é o mais usado
pela indústria como DRL, do inglês daylight running lamps, ou lâmpadas
de circulação diurna — alguns poucos modelos usam outros tipos de
lâmpada na função (Fiat 500 e Jeep Renegade são exemplos), mas o LED é
mais eficiente por ser, de fato, mais fácil de se visualizar e por
consumir menos energia do carro.
Essa intervenção é necessária para fechar uma brecha e está entre as
atribuições do Denatran. A lei, de autoria do deputado Rubens Bueno
(PPS-PR), se tornou polêmica ao ignorar a tecnologia atual de muitos
carros de passeio fabricados no Brasil e também importados, que já saem
de fábrica seguindo o padrão europeu, pelo qual LEDs se ligam
automaticamente durante o dia para aumentar a visibilidade do carro por
pedestres e outros motoristas.
Os EUA não transformaram isso em lei. Lá
usa quem quer. O que existe, desde 2003, é uma recomendação para que se
regulamente a utilização de DRL, incluindo um período de adaptação para
inclusão de LEDs em veículos mais antigos.
Essa exigência começou em países
próximos ao Polo Norte, onde a incidência solar é muito menor. No sul da
Europa, por exemplo, ocorreu o contrário: multar quem ligava os faróis
durante o dia.
Para outro especialista ouvido, Lothar
Werninghaus, consultor técnico da Audi do Brasil, a iluminação
proporcionada por LEDs seria a única realmente eficiente para as
características geográficas do Brasil. A iluminação halógena comum
“desaparece” em situações de sol sorte.
“Com a incidência de luz do sol típica
da maior parte do Brasil, na maior parte do ano, fica impossível saber
se o motorista está realmente usando farol baixo durante o período de
sol a pino. Apenas o LED permite essa visibilidade”, afirma Werninghaus.
“O correto seria estabelecer um prazo
para obrigatoriedade do DRL e regulamentar a instalação da tecnologia
nos carros que ainda não a tenham”, completa.
Outro ponto citado pelos especialistas é
que o LED, além de mais eficiente em relação à visibilidade, também
gasta menos bateria do que uma lâmpada convencional — por ter de usar
mais os faróis em diversas situações, donos de carros ainda podem ter de
arcar com gastos prematuros de manutenção do sistema elétrico (da troca
de baterias à substituição de lâmpadas, contatos e relês).
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