O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) já tem um esboço de pelo menos 9 dos 15 nomes para ocupar a Esplanada dos Ministérios.
Além do economista Paulo Guedes, anunciado para assumir a Fazenda
caso o capitão reformado seja eleito, o desenho inclui dois generais da
reserva do Exército e um astronauta.
O coordenador da campanha, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), é o
preferido para chefe da Casa Civil, pasta que acumulará também a relação
com o Legislativo, hoje tema que está sob os cuidados da Secretaria de
Governo.
A promessa de Bolsonaro é reduzir os 29 ministérios a 15. Ele tem
prometido não negociar os cargos em troca de apoio no Congresso.
Nessa lógica, Educação abarcaria também as pastas de Cultura e
Esportes e seria administrada por Stravos Xanthopoylos, um dos
principais conselheiros de Bolsonaro para educação.
Xanthopoylos é diretor de relações internacionais da Associação
Brasileira de Educação a Distância (ABED) e ex-integrante da Fundação
Getúlio Vargas. É conhecido na campanha como “o grego”.
Para a Saúde, um nome cotado é o de Henrique Prata, presidente do
Hospital do Câncer de Barretos. Bolsonaro e ele são bastante amigos.
O deputado já fez mais de uma visita ao hospital administrado por
Prata, além de ter destinado emendas parlamentares para a instituição.
Outra aposta para a pasta é Nelson Teich, empresário e médico
oncologista do Rio de Janeiro.
Paulo Guedes, apelidado de “Posto Ipiranga”, assumiria, em caso de
vitória no 2º turno, o Ministério da Economia, pasta que reuniria
Fazenda e Planejamento. Há uma indefinição sobre o futuro do Ministério
de Indústria e Comércio Exterior: se ele seria agregado à Economia ou se
mantido como pasta independente.
Para comandar os Transportes, Bolsonaro tem preferência por Osvaldo
Ferreira, general quatro estrelas da reserva. O militar tem coordenado
uma série de reuniões em Brasília que dão suporte para a construção de
um plano de governo. Ele comanda as propostas para infraestrutura.
Outro general da reserva, Augusto Heleno já foi anunciado pelo
candidato como seu eventual ministro da Defesa. Heleno mantém uma
relação de proximidade com a família do capitão reformado e é principal
ponto de contato do grupo de Brasília com a família Bolsonaro.
Para a pasta de Ciência e Tecnologia, mais cotado é Marcos Pontes,
astronauta brasileiro, que chegou a ser cotado para vice da chapa do
PSL. Pontes é o segundo suplente do deputado Major Olímpio (PSL-SP),
recém-eleito para o Senado.
Para o Ministério da Justiça, o nome do presidente interino do PSL,
Gustavo Bebianno, é o mais cotado. Ele é formado em direito pela PUC-Rio
e comanda a estratégia jurídica da campanha.
Bebianno, contudo, tem negado que vá ocupar o cargo em caso de
vitória do presidenciável. Outro nome sondado internamente é o de
Antonio Pitombo, advogado de Bolsonaro em ações que o deputado responde
no STF (Supremo Tribunal Federal).
O ruralista Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática
Ruralista), é o principal nome para o Ministério da Agricultura, pasta
que deve reunir também o Meio Ambiente. O empresário do interior de São
Paulo é amigo de longa data do candidato e tem acompanhado de perto o
processo de sua recuperação desde a facada sofrida em 6 de setembro, em
Juiz de Fora (MG).
Antes mesmo do início oficial da campanha, Bolsonaro prometia
anunciar os 15 nomes que gostaria que integrassem seus ministérios, em
caso de vitória. A corrida presidencial avançou para o segundo turno e
essa ideia ficou para trás.
“Quando você anuncia, deixa um feliz e todos os outros descontentes”,
afirma Heleno, que chegou a ser cotado para vice, mas acabou impedido
por sua legenda, o PRP.
Apesar de alguns desses nomes já terem sido mencionados como
ministros por Bolsonaro, o único anunciado é Guedes para comandar a
equipe econômica.
Apesar de desencontros recentes em discursos entre ele e Bolsonaro, o
economista deu o selo de confiança que a campanha precisava para
conquistar, até aqui, o apoio do mercado financeiro.
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