Dr: Epitácio Andrade mostrando o SOBRADO
Fazenda Dois Riachos
Igreja de Santa Tereza
“Amigo Epitácio, esse
curto texto, original, tem uma lógica que une a importante necessidade de
resgate e preservação histórica e cultural com a construção da memória
coletiva, primordial a uma sociedade desenvolvida, harmoniosa e de qualidade.
Espero ainda lhe ser útil. Mais do que o simples resgate de nosso patrimônio
arquitetônico e histórico, o ineditismo dessas fotos abre possibilidades
didáticas de reencontro com nossa memória comunitária, que pode trazer ganhos
significativos à educação cultural e dos processos socializadores fundamentais
na formação e qualidade de vida da comunidade. O simples achado de uma foto de
um equipamento público já desaparecido e que teve um papel central no
desenvolvimento de nossa cidade e no cotidiano de nossas raízes familiares,
quando trabalhado dentro de um contexto de ativismo cultural e didático,
reveste-se na atualidade de grande importância para a constituição das nossas
subjetividades e construção da memória coletiva. Falar em memória coletiva é
falar de identidade social, afinal somos seres históricos. É o acumulo de
referências de outras épocas que formam a estrutura da sociedade em que estamos
inseridos. E é na consistência e riqueza das estruturas sociais que repousam os
elementos subjetivos e concretos de imunidade do corpo social aos muitos
problemas que afligem o mundo contemporâneo. Tais como, dissolução das
famílias, drogas, violência, doenças e transtornos mentais diversos, etc. Nos
últimos tempos, com o avanço tecnológico, a crise de paradigmas das ciências, o
encurtamento das distâncias entre os países e culturas, temos buscado cada vez
mais referências que nos ajudem a reconstruir o caminho que nos trouxe até
aqui. Na atualidade tudo muda o tempo todo. O que é hoje amanhã não é mais. É
desse processo de consciência da transitoriedade da sociedade que tomamos
consciência da nossa efemeridade enquanto sujeitos históricos e então
adquirimos a noção de continuidade e perpetuação. É daí que provém a
necessidade da preservação do patrimônio histórico e cultural e de políticas
que contemplem essa necessidade”.
Caicó/RN, 14 de setembro de 2015.
Jonas Araújo Medeiros, sociólogo.
Jonas Medeiros na Caatinga
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