Por Fany Carlos
O Fusca é sem dúvida um dos
automóveis mais populares e conhecidos em todo o mundo. Além de compacto
e resistente, o Fusca também é muito charmoso, e muitos colecionadores
de automóveis fazem questão de tê-los em suas coleções. A
Volkswagen produziu o veículo entre 1938 e 2003, mas depois de muitos
pedidos, o Fusca voltou a ser produzido, totalmente remodelado.
História do Fusca
Käfer, Coccinelle, Escarabajo, Maggiolino, Fusca, Beetle, Bug, Huevito, Dak Dak. . .
O Volkswagen Sedan é um daqueles automóveis que dificilmente passam sem despertar uma emoção – seja paixão ou até ódio.
Para alguns um projeto arcaico, para outros um projeto eterno, feito
pra durar; o Fusca, feito a principio à pedido de Hitler a Ferdinand
Porsche, o velho “beetle” foi nomeado Volkswagen, que como todos sabem, provem do idioma alemão e seu significado é “Carro do Povo“.
Depois foi nomeado “Volkswagen Sedan“, e partindo de um apelido nascido no Brasil, acabou sendo nomeado oficialmente aqui no Brasil como “FUSCA“. |
Como bons fuscamaníacos, tentaremos relatar um pouco da história do
FUSCA, embora não ter vivido brilhante época, época que fez do Fusca um
candidato ao carro do século.
Inicio da década de 30. Ferdinand Porsche desenvolveu um projeto na sua própria garagem, em Stuttgard, Alemanha.
O primeiro projeto do Fusca, era equipado com um motor dois
cilindros, refrigerado a ar, que tinha um rendimento absurdamente
péssimo.
Criaram o motor quatro cilindros, opostos dois a dois , chamado de Boxter,também refrigerado a ar, com suspensão independente dianteira, que funcionavam através de barras de torção.
Foi um projeto ousadamente revolucionário, pois até então os carros
da época eram feitos com motores refrigerados a água e suspensão que em
sua maioria usavam feixe de molas (tipo suspensão de caminhões) ou molas
helicoidais.
Lançado oficialmente em 1.935, pelo então projetista
Ferdinand Porsche, o Volkswagen podia ser comprado por quase todos, ao
preço de 990 marcos, e era equipado com motor refrigerado a ar, sistema
elétrico de seis volts, câmbio seco de quatro marchas, que até então só
se fabricavam carros com caixa de câmbio inferiores a 3 marchas.
Daí, as evoluções foram constantes.
Sistema de freios a tambor, caixa de direção tipo “rosca sem fim”, evoluções estéticas como quebra vento, lado abertura da porta (no início a porta abria do lado oposto), saída única de escapamento, estribo, entre outras.
Em 1936, já reformulado, com bastante semelhanças
com o Fusca de hoje, o Volkswagen era equipado com duas pequenas janelas
traseiras, em 1.937 existiam 30 outros modelos sendo testados na Alemanha. E a partir de 1.938, iniciou-se a construção, em Hanover de uma fábrica a qual o Volkswagen seria construído na forma de fabricação em série.
Em 1.939, devido ao início da segunda guerra mundial, o Volkswagen acabou virando veículo militar. Derivados do fusca, como jipes e até um modelo anfíbio (Shwinwagen, atualmente existem 3 no mundo, e um no Brasil). A mecânica também haveria mudado. Virabrequim, pistões, válvulas , o motor de 995 cc.e 19cv passou a ser de 1.131 cc. e 26 cv. Mais de 70 mil unidades militares foram produzidas.
Término da segunda guerra mundial, a fábrica que estava sendo construída em Hanover, estava quase que inteiramente destruída.
Seus projetistas, ninguém sabia por onde andavam, e de suas versões
militares ninguém mais precisara, por pouco não foi o fim do Volkswagen.
Até um major inglês redescobrir o Volkswagen. Ivan Hirst, resolveu “adotar” o velho Volkswagen, entre os escombros da antiga fábrica, a versão original do VW passou a ser reaproveitada. |
Retomada sua fabricação, o Volkswagen passou a ser utilizado em
serviços de primeira necessidade, escassos naquela época, como correio,
atendimento médico, etc.
Em 1.946, portanto um ano depois, já existia 10 mil volkswagens sedans em circulação.
Em 1.948 existiam 25 mil, sendo 4.400 para exportação. Em 1.949 o Fusca já teria seu próprio mercado nos EUA.
Basicamente o fusca até então era um projeto que havia dado certo, até meados de 1.956, quase nada havia mecanicamente mudado de seu projeto original.
Independente de seu projeto mecânico, a aparência do Fusca haveria mudado bastante.
Em 1.951, havia duas janelas repartidas na parte traseira, embora continuar sem os “quebra-ventos”. Mas em 1.953, o fusca surgia com “quebra-ventos” nas janelas laterais, e a partir da segunda série deste ano a janela traseira se resumia a uma única, em formato oval. Neste mesmo ano o fusca começou a ser montado no Brasil.
Em 1.959 o Fusca começou a ser fabricado no Brasil.
Em 1.961 no segundo semestre, o sistema de sinaleiros (pisca-pisca) deixa de ser uma barra na coluna lateral central (também chamada de bananinha) para as lanternas traseiras, juntamente com as luzes de freio.
E assim as mudanças foram surgindo. O câmbio deixa de “seco” para ter as quatro marchas sincronizadas, o mesmo que existe até hoje. Em 1.967 o Fusca passa por uma importante mudança: ele ganha motor 1.300 cc ao invés do 1.200 cc que o equipava até então.
Os aros das rodas também receberam furos para melhor ventilação do sistema de freios. Já em 1968 foi provado que o sistema de 6 volts que o equipava não se mostrava eficiente, aí o Fusca ganhara um novo sistema elétrico 12 volts. E a caixa de direção passa a ser lubrificada com graxa.
Em 1.970 o Fusca sofreu uma grande transformação. Continuando com a versão 1.300 cc, surgiram a versão 1.500 cc (2º. semestre) essa com 52 cv (SAE) de potência.
Carinhosamente apelidado de “Fuscão“. Para essa versão, o fusca também recebeu uma barra compensadora no eixo traseiro, para finalidade de maior estabilidade. Esteticamente o capô do motor ganhou aberturas para maior ventilação, novas lanternas, cintos de segurança. Como opcional o fusca tinha freios a disco na dianteira.
Mais mudanças vieram em 1.973. O novo sistema de carburação com carburadores recalibrados para menor consumo, e novo distribuidor vácuo-centrífugo deram mais ênfase ao carro que sem dúvida era um sucesso total.
Nunca vendeu tanto fusca no Brasil como no ano de 1.974.
O fusca teve uma produção de 239.393 unidades somente em 1974. Comparado a produção de 1969 que era de 126.319,
foi um impressionante salto nas vendas. Tudo provava o absoluto sucesso
do Fusca. E também nessa época que surgiu o Fusca com motorização 1.600-S que rendia 65 cv(SAE)com dupla carburação.
As mudanças mecânicas para esse ano eram o eixo dianteiro com bitola
mais larga e a mudança estética foi o maior pára-brisa para as versões 1.300 e 1.500.
Em 1.975, a linha VW foi ampliada com a chegada do novo motor 1.300, versão 1.300-L e o modelo 1.600
passou a ter a alavanca de câmbio mais curta e filtro de ar do
carburador de papel. Outras alterações também vieram, como painel e
outras (estéticas).
Em 1.978 o bocal do tanque de combustível passou a ser do lado externo do carro, e não dentro do porta-malas como mostrava-se até então.
Em 1.979 (2º. semestre) as lanternas traseiras
ganharam nova forma, e pelo seu grande tamanho, esta versão do fusca, a
partir desse ano foi apelidado de “Fuscão Fafá”. Após quatro anos sem
mudanças, em 1983 o “Super-Fuscão” desaparece. Adotaram o nome oficial de “FUSCA“.
Com algumas poucas inovações como caixa de câmbio “Life-Time”(dispensa
troca periódica de lubrificante), ignição eletrônica nos modelos a
álcool, bomba de combustível com proteção anti-corrosiva, válvulas
termopneumáticas nas entradas dos filtros de ar (com a função de
controlar a temperatura do ar aspirado para finalidade de melhorar a
queima da mistura).
Mais no ano seguinte, portanto em 1.984, muda tudo. A versão 1.300 do Fusca desaparece. Surge aí um novo 1.600. Com pistões, cilindros e cabeçotes redesenhados, além de novas câmaras de combustão, o novo motor rendia 46 cv a 4.000 RPM e torque máximo de 10,1 kgf/m a 2.000 RPM. Agora a medição foi feita no método DIN e não mais no SAE. Equipavam a versão também novos freios a disco na dianteira e barra estabilizadora traseira redesenhada para uma melhor performance aerodinâmica.
Mais foi no ano de 1.986 que (temporariamente)
acaba-se a carreira do Fusca. Embora o México não parar de produzi-lo,
no Brasil sua linha de montagem chegara ao fim. Até que em 1.993
por pedido do então presidente do Brasil, Itamar Franco, o Fusca volta
novo de novo, como nesses seus 60 anos muito bem vividos.
Na segunda fase de 1.993, sem mudanças na carroceria nem no motor o fusca ganhou pára-choques na cor do veículo, canalizador com uma única saída de escape no pára-lamas esquerdo, estofamentos novos, volante novo e muitos outros detalhes de acabamento, inclusive detalhes opcionais.
Quando todos não acreditavam no sucesso do relançamento do Fusca, as
vendas foram mais que animadoras. Chegou a produzir mais de 40 mil novos
Fuscas. Até sua oficial parada de fabricação anunciada em Julho de 1.996 o fusca deixou mais fãs por seu rastro.
Para comemoração da sua última série de fabricação, foram fabricados os últimos 1.500 Fuscas carinhosamente dados numa versão “FUSCA SÉRIE OURO“, onde os últimos 1.500 proprietários de fuscas “novos” tem seus nomes guardados em um “Livro de ouro da VW.” Um Fusca Série Ouro é facilmente identificado, neste seu último modelo a VW super-equipou esteticamente a versão.
Com estofamentos do Pointer GTI, desembaçador traseiro, faróis de
milha, painel com fundo branco, vidros verdes (75% transp.) esta foi a
série de gala do querido carrinho. Mais uma vez nosso querido fusquinha
cumpre seu papel, um sucesso de vendas e de mercado. Embora no México
ainda foi fabricado até 30 de junho de 2.003.
Outra novidade foi o sucesso de seu relançamento oficial, montado em chassis do VW Golf e com seu novo nome já definido, o BEETLE volta as ruas, mostrando sua nova cara e dando continuidade a essa inigualável carreira que o “querido carrinho” fez por merecer.
E assim temos um exemplo de um projeto que alcançou o completo sucesso, e por trás dele um gênio imortal, um Mito: Ferdinad Porsche.
Por Fany Carlos
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