A política do Pão e circo (panem et circenses, no original em Latim)
como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam
com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e
conquistar o seu apoio. Esta frase tem origem na Sátira X do humorista e
poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu contexto
original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha
qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o
alimento e o divertimento.
Assim, nos tempos de crise, em especial no tempo do Império, as
autoridades acalmavam o povo com a a construção de enormes arenas, nas
quais realizavam-se sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores,
animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas,
espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo. Outro
costume dos imperadores era a distribuição de cereais mensalmente no
Pórtico de Minucius. Basicamente, estes “presentes” ao povo romano
garantia que a plebe não morresse de fome e tampouco de aborrecimento. A
vantagem de tal prática era que, ao mesmo tempo em que a população
ficava contente e apaziguada, a popularidade do imperador entre os mais
humildes ficava consolidada.
Essa tal política “pão e circo” muito
utilizada na Roma antiga, continua até hoje. Em várias situações nos
cenários nacional e internacional, esse tipo de manipulação se apresenta
das mais diversas formas: eventos esportivos, programas televisivos,
notícias sensacionalistas, e tantos outros tipos de “atrações” para a
população são visíveis a olhares atentos/esclarecidos.
“O pior analfabeto é o analfabeto
político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos
políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do
peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das
decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e
estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da
sua ignorância política nasce à prostituta, o menor abandonado e o pior
de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e
lacaio dos exploradores do povo. ” (Bertolt Brecht)
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