O horário eleitoral só é gratuito para os políticos. No ano que vem, a
propaganda obrigatória em rádio e TV custará R$ 1 bi em renúncias
fiscais às emissoras, obrigadas a transmitir os programas. Caberá à
população pagar essa conta. O levantamento feito pela associação Contas
Abertas calcula que desde 2002 os contribuintes já pagaram R$ 7,4 bi
para garantir aos candidatos a exposição na TV e no rádio.
A renúncia fiscal corresponde a 80% do que as emissoras receberiam
pela venda do espaço; elas arcam com o restante. “É como se cada
brasileiro pagasse, indiretamente, R$ 5,22 para receber informações
sobre candidatos e partidos políticos no rádio e na TV” explica a
associação Contas Abertas. E o conteúdo veiculado ainda peca pela falta
de honestidade. Apesar de todo esse custo, os especialistas acreditam as
eleições de 2018 vão confirmar o protagonismo das redes sociais na
divulgação dos candidatos.
A reforma política em tramitação no Congresso é uma oportunidade de
mudar o formato da campanha e diminuir o custo dela. Mas os atuais
mandatários não parecem interessados em alterar o modelo da propaganda
nem a forma de fazê-la. Ao R$ 1 bi das isenções, podem se juntar a cada
dois anos mais R$ 3,8 bi do fundo para financiar as campanhas, de acordo
com a proposta apresentada no Congresso. Os partidos ainda levam a cada
ano cerca de R$ 800 milhões do fundo partidário. Os parlamentares têm
pouco mais de um mês para aprovar a reforma política.
Fonte : Blog do BG
Ilustração : Fany Carlos
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